31.7.12

Lua

A lua cheia que hoje chega as 16:30.
Lua ansiosa que pega o turno cedo.
Quer logo dar o ar de sua graça,
com seu brilho forte e sua cor de mel.
Poucos aqueles que param para ver a lua.
A pobrezinha fica só, sem plateia sem ninguém.
Fica a rememorar o tempo que ela iluminava 
os amantes, poetas, boêmios, meninos,
moças na janela, gatos a miar e lobos a uivar.
Ninguém mais canta pra lua.
O jeito que tem é se contentar com lembranças,
e viver a rememorar!





Flor de cerejeira

Florzinha miudinha que só vem em agosto.
Flor do ar, flor da terra.
Flor rosinha que gosta de chuva.
Chuva pouca, chuva rasa, 
chuva de choro, chuva de todos.
A pequena é diferente das outras,
na primavera só um botão,
e no inverno, completo esplendor.
É esta a menina que da graça as ventanias 
de inverno!


Luz


A luz que tanto me alumiou não quer mais brilhar.
Só o que ela quer é se esconder no meio da imensidão.
Eu que me contente com um toco de vela sobre a mesa
e um resto de cigarro entre os dedos de minha mão.
Com tanta luz livre por aí, e eu perdida na escuridão.
O problema é que luz é única, não tem como trocar,
só o que posso fazer é alimenta-la de sonhos,
para que ela continue a brilhar.
Luz ainda tenho, o que me falta é o sonho!






30.7.12

Trigo de inverno

O vento sopra lentamente para o oeste,
bate com leveza no trigo de inverno.
A moça que cultiva o trigo sente o vento
passar entre suas pernas e em seus cabelos,
sua saia se ergue e seus cabelos se arrepiam 
mas depois que vento passa, tudo volta.
A moça colhe o trigo, e com este trigo faz pão.
Pão quentinho feito com trigo de inverno.
Sai do forno quente e logo  esfria.
É pão fraco de trigo forte.
É vento fraco e moça forte.
Pão de trigo, moça de vento.
Tudo passa e a culpa é do tempo!



De tanto pensar












De tanto pensar em nada, 
acabei pensando em tudo.
De tanto pensar em tudo,
acabei te encontrando.
Sempre que te encontro
acabo me perdendo.
Agora estou perdida, 
sem você e pensando em tudo.
Nesta brincadeira sou sempre eu
que saio com camisolas, fronhas e lençóis
úmidos de água salgada.
Água de meus olhos, água de mar.
Quero acabar logo com esta peleja
de nada, tudo, pensar, você e mar,
só o quero é me encontrar. 




29.7.12

Ar de alecrim

O cheiro, suave e refrescante do alecrim,
consegue impregnar tudo a sua volta.
Cheiro bom que chegou em minhas narinas,
atravessou a alma que eu nem sei se existe.
Ele está cheio de florzinhas azuis como o céu,
é um arbusto na terra e um orvalho do mar.
Só seu cheiro, que se perde e imbui o ar.
O ar de alecrim só pertence a quem sabe sonhar!

26.7.12

Pitanga

Pitanga madura, pronta para ser saboreada.
Azedinha, carnosa e com um vermelho chamativo.
Está ali pendurada num galinho fino da pitangueira,
esperando alimentar um passarinho vadio.
Assim como a pitanga espera alimentar o pássaro,
a moça com lábios carnudos e avermelhados espera saciar a fome de seu amado.

25.7.12

Máscaras

Máscaras, uso muitas.
Não que eu seja uma falsa.
Na verdade uso máscaras com medo,
de me expor.
Penso que o mundo não merece 
o meu real, 
pois já estão tão acostumados com a falsidade,
e com os pensamentos ruins.
Se por acaso eu mostrar o lado mais real, mais sentimental,
é capaz de eu ser taxada como louca.
Já que hoje quem tem sentimento não tem juízo.



A menina


A menina que acha doçura no fel.
Que encontra pureza na puta.
Que vê amor no ódio.
Acha graça no ócio.
Vive num mormaço.
Vê flores no meio do nada.
Diz amar todos, e não ama nem ela mesma,
não sabe usar sentimento tão nobre,
por isso ela deixa o amor aos falsos.
Pois não sabe rotular seus sentimentos.



Saudades

Saudade é o que mais tenho,
esta malvada insiste em me maltratar.
A culpa é de um moreno que passou aqui,
arrumando o bigode, tragando um cigarro, e com um violão de lado.
Cheio de lirismo e de loucura.
Ainda me lembro do quarto enfumaçado por conta do cigarro,
dos sambas singelos, e da ponta de seu bigode.
Moreno de sorriso ameno e comezinho, foi quem me encantou.

24.7.12

Uma contradição de si mesma

É linda, louca, puta e santa.
De tudo faz, e não faz nada.
As vezes é anjo e as vezes é o diabo.
Usa palavrão e poesia.
É cheia de moral, e totalmente sem pudor.
Vive com os pés no chão e a cabeça na lua.
Toda tímida e sem vergonha.
Diz que ama, mas não sabe amar.
Fala em ódio, mas nunca odiou.
Se diz sensata, e não tem juízo algum.
Tudo diz saber, mas no fundo nada sabe.
Se contradiz o tempo todo, sem nunca cair em contradição.
 É cheia de tudo e repleta de nada.
Ela é isso e nada disso.
Ela é menina,
ela é mulher!



















23.7.12

Mania minha

Mania minha de gostar do que não presta, do que é torto, ruim errado.
É menino  dos olhos cheios de brilho, malicia e um toque de solidão.
É maluco, palhaço, poeta, pirado.
Mas no fundo é cheio de senso.
Senso incomum, surreal, totalmente diferente.
É senhor é rapaz é menino,
e ultrapassa qual quer bem ou mal, pois é único.


22.7.12

Medo

O que te causa medo?
De todos os medos o mais triste é o de amar.
 Pois o amor consegue unir os principais medos:
Solidão, escuridão, altura, fracasso,
parecer ridículo e outros mais.
Entra em desespero, faz se sentir sem equilíbrio,
mas depois passa,
Você percebe que foi apenas uma fase ruim,
esquece, e se prepara para a próxima pancada de amor. 

20.7.12

A mágoa que virou arte

Me embriaguei tanto de saudade,
que hoje me afogo em mágoas. 
É estranho mas tento fazer disso uma arte,
pois arte, triste ou feliz,
ainda é bala.
Dar beleza a mágoa,
é trabalho para poucos,
a maioria costuma esconder,
mas isso só aumenta o problema.
Fazer mágoa virar arte, é oque  faz florir seu mundo!


19.7.12

O canto do tiê

O canto do tiê, faz perder o sentido.
Canto cheio de pausas, 
mas cheio de vida.
Tiê não precisa de porque para cantar.  
Seu canto envolve todos os sentimentos,
e não envolve sentimento algum.
Cato único, com um toque de comum!





A feliz infeliz

Paro, penso e tento refletir.
As vezes da certo, as vezes não.
Sinto uma infelicidade constante.
Um atordoamento, uma loucura.
Não sei se mereço ser feliz,
me torturo com isso, mas depois passa.
Lembro que sou uma menina cheia de sonhos e vontades,
e que assim como todos, tenho direito a felicidade!

Entrelaçados e Enrustidos

Te faço café,
lhe dou cafuné,
te chamo de dengo,
e mostro meu ser.
Você diz gostar de tudo, mas mesmo entrelaçados te sinto distante.
Tem muito de você no meu eu, e pouco do meu eu em você.
Me sinto em desvantagem, mas acho uma graça,
este nosso amor enrustido!

18.7.12

A luz do candeeiro

Acenda o candeeiro  que hoje quero luz,
não uma luz qual quer, quero luz de fogo.
A luz que aquecia o amor de Virgulino e Maria Bonita,
amor que só a morte teve pulmão para assoprar e apagar.
Mas a morte se esqueceu, e deixou querosene no candeeiro esquecido.
E hoje ele está lá, a espera de ser aceso novamente para um novo amor!





Coruja

No olha da coruja é onde tudo se perde,
pois ela tudo vê, tudo sabe, tudo esquece.
Falta espaço pra tanto tudo, falta um bocadinho de nada.
A coruja enlouquece e só assim se aproxima do tal saber.
Coruja maluca que tudo nada sabe, 
só o que quer é não saber de mais nada!

17.7.12

Chá de poesia

Tome um chá de poesia para alegrar essa tarde fria.
De ervas já está clichê, 
canela em pau, ficou imoral.
O que resta é o surreal,
o diferente e tradicional chá de poeta,
feito com com poesia e o mais puro lirismo.
Chá com o poder de emocionar pedras amarguradas.
Para deixar o chá ainda melhor adicione um pouco de emoção,
e enfim chegamos a perfeição.
Chá de deuses, reis, bêbados, meninos, e donzelas.
Chá de todos, chá de mim!



16.7.12

Encontro

Sofri em meu passado nada produtivo.
Hoje não tenho do que reclamar, 
em uma curva topei com o amor,
e é dele que vivo.
As magoas viraram passarinhos,
e sairão avoando.



Sonho o aperfeiçoamento da vida

Em momentos de solidão fico a rememorar.
Penso em tudo que já vivi, aromas que senti, 
 lábios que já beijei, e pessoas que um dia amei.
Para tudo que vivo, crio um sonho novo,
se a realidade é ruim, eu em minha mente aperfeiçoo.






Entre o mel e o fel

Viver de mel e fel, 
nem muito amargo, nem muito doce.
O doce fel, e o amargo mel.
Equilibra e envolve.
Agita e ameniza.
Nem me lambuzo de mel,
e muito menos de fel.
Vivo dos dois, e não vivo de nem um.


15.7.12

Só para variar

 
Não é loucura ser diferente,
loucura é aceitar o normal o comum o de sempre.
Ousar e se arriscar faz bem.
De nada vale ser só mais um.
É tanta melodia,
e ninguém se lembra de fazer melanoite. 
É tanto tanto, que o pouco é esquecido.
Pare de nadar e se afogue um pouco,
só para variar!

Para a noite

Noite,  cheia de si e um pouco de mim.
Faz manter, esse meu delírio cotidiano.
Agita, arde, explode.
Faz se sentir completa, e ainda sim fragmentada.
Faz passarinho virar cobra,
E cobra virar borboleta.
Tudo se contradiz, sem cair em contradição.
Noite é mais que escuridão!


13.7.12

A musica

Nem Dó, nem Ré, muito menos Mi.
Nada de Fá, Sol, Lá, e nem Si.
A musica vai além de notas.
A musica vai além de letra e melodia. 
Penetra a alma e toca a qual quer um.
Brinca com os ouvidos sem nem ao menos saber se pode.
Faz chorar, faz sorrir, faz sonhar!


12.7.12

O alheio é simplesmente inútil

Não exite motivos para se importar com a opinião dos outros.
O importante é se sentir bem.
Não deixar de fazer o que gosta,
por conta de moral ou religião.
Fazer a vontade dos outros não vai levar ninguém,
a lugar nem um.
O que vale é fazer o que gosta.
Em primeiro lugar suas vontades,
o resto deixe para depois!

11.7.12

Somnu

Sono serve de repouso para uns,
e delírio para outros.
O sono traz o sonho, 
e o sonho traz a loucura.
A loucura de sonhar é boa.
Eu não me atrevo a viver sem esta loucura!



10.7.12

Pensamentos perdidos

Fecho os olhos em busca de meus pensamentos perdidos.
Encontro muitas pessoas nestes pensamentos.
Algumas uteis, outras inúteis.
Algumas bondosas, outras maldosas.
E algumas que estão além de tudo isso.
E só estão  perdidas, 
porque não consegui esquecer!


Só sonhamos

Brincar de querer,
sem nunca poder.
Brincar de amar,
sem ao menos sonhar. 
É assim que vivemos,
é esta nossa história.
Nós podemos, 
e não queremos.
Nós não amamos,
só sonhamos!




9.7.12

O sincero

Se quer amar, esqueça o ciumes.
Não existe amor, com desconfiança.
Se não sabe confiar,
não sabe amar.
Não confie em qualquer sorriso amarelo.
Não confie no que tenta lhe agradar a todo tempo.
Confie no que te faz bem e mal.
Pois este é o sincero!



8.7.12

Manhã fria


Nada como uma manhã fria,
para refrescar as ideias.
Colocar ordem ou desordem.
Deixar tudo em movimento.
Movimento capaz de aquecer o corpo.
Corpo quente, 
cabeça fria.
Isso é para poucos!


6.7.12

O jogo de escadas

Somos um jogo de escadas.
Brincamos de subir e descer.
Vamos de degrau em degrau.
As vezes de dois em dois.
Tropeçamos, e depois levantamos.
O que importa é não ficar parado,
estagnar em um único degrau não vale.
Subindo ou descendo,
o importante é o movimento!

Flores

Flores.
Todas lindas e belas.
cada uma, com sua graça.
Pode ser,
fina e delicada,
como uma,
Chuva de prata.
Pode ser uma flor de tempos
primórdios como o Copo de leite.
Pode ser divina para gregos como a Cravina.
Ou pode ser Maria-sem-vergonha.
Todas flores.
Cada uma com sua beleza.
Cada uma com seu aroma!


5.7.12

A briga com o tempo

Vivo brigando com o tempo,
Pois ele vive querendo me controlar.
Não quero rédias, 
quero ir e vir,
mas o tempo só me deixa ir, 
e nunca voltar.
Não sou dele, nem ele é meu.
E mesmo assim ele insiste em comandar.
Não existe tempo que me controle,
pois sou filha dos ventos!

Entre palavras


Entre palavras e mais palavras,
 fico com as minhas.
Do que adianta falar, 
se ninguém quer ouvir?
Guardo minhas ideias,
complexos, e vontades,
para mim.
Mas acredito que um dia 
terei o direito de soltar,
tudo por aí!



Eu liberdade

Não me importo,
com esta de deus ou diabo.
Minha religião sou eu.
Não tenho que me ocupar com,
moral e bons costumes.
Tenho que me importa,
com minha felicidade.
Não quero correntes,
quero  liberdade!

                                                   

4.7.12

Turbilhão

Um turbilhão passou aqui,
e o que estava se organizando,
voltou a desordem!
Embaralhou tudo,
bagunçou de vez.
Arrumar é perder tempo,
pois o turbilhão vai voltar, 
e com mais força,
trazendo desordem,
e alucinações.



3.7.12

Terapia do verso


Cabeça cheia de complexos e neuroses.
Como se acalmar com tanta coisa,
dentro de um único ser?
Falar cansa. 
Ouvir causa tédio.
O refugio é escrever.
Pois tudo cabe,

dentro de um verso!

Sei?






Entre um, trago e outro,
 escrevo um pouco.
Um pouco, tão pouco,
que chega a ser muito.
Muito não quero,
e também não quero pouco!
Não sei nem se quero.
Não sei nem se sei.

2.7.12

Confusão organizada


Vivo em uma confusão
constante, comigo mesma.
De um lado uma louca,
do outro, o cumulo da serenidade.
Uma quer a paz mundial.
E a outra quer uma terceira guerra.
Entre uma e outra,
fico com as duas,
uma completa a outra.
Sem uma, 
a outra morre.
Bom mesmo
é viver com as duas.
Adoro esta confusão organizada,
que vive em mim. 

Duvida

Viver com duvida
não é ruim.
A duvida faz bem,
pois é ela que 
move o mundo.
É o que nos motiva
a continuar vivendo.
Viver em um mundo 
onde todos sabem de tudo 
é muito chato, previsível,
e sem graça.
Use a duvida como sua amiga.
Pois é ela que te sustenta!



Razão


Perder a razão,
como vou perder
o que nunca tive?
Quero distancia, 
desta tal razão.
Dá muito trabalho,
é mais fácil
viver sem ela.
Ter razão nos dias de hoje,
é loucura!


Sem pedir licença

Chega sem pedir licença.
Arruma espaço,
se acomoda, 
e depois sai,
deixando uma marca,
para isso não tem,
médico ou remédio que resolva.
O único tratamento é:
Abrir a ferida e deixar
sangrar de vez.
É um tratamento doloroso,
más só depois de passar 
por isso é que se pode pensar
em amar,
outra vez! 



A lingua do sentir

O amor.
Como saber, se é real ou não?
Ele fala a língua dos mudos,
tem a audição dos surdos,
e os olhos do cego.
É tudo uma questão se sentir.
Sentir verdadeiramente,
e se gostou do que sentiu,
deixe fluir.



Mania de querer

Pessoas tem mania
de querer esquecer.
Que coisa mais boba!
Esquecer não é questão
de querer e sim de tempo,
 reflexão, e ponderação;
se sair, 
que seja aos poucos,
naturalmente!



1.7.12

Brincar de falar

Falar não falando.
Falar sobre o não falar.
Como falar sem ter que falar?
Como não falar, e ao mesmo falar?
Brincamos com palavras o tempo todo.
Más é raridade brincar de ser mudo.
Pedir um tempo para as palavras,
dar um basta na fala,
pedir um tempo até para o pensar.
Sem fala, sem pensamento, sem brincadeira,
como viver sem tudo isso?
A palavra é seu poder sobre o mundo,
faça bom uso dela,
e continue pensando, falando e brincando,
pois é isso que te mantem vivo.



Entre Beatas e Vedetes

Dentro de toda moça existe uma beata, e uma vedete.
Um lado é sempre mais reprimido que o outro.
Umas são mais vedetes e outras mais beatas.
Mas no fundo são todas meninas,
afim de conhecer o mundo,
buscar liberdade,
encarar a realidade,
 brincar com meninos, e brincar de boneca,
fazer planos para o futuro, pensando no passado, 
ser imoralista, sem perder a moral,
amar, e desconfiar,
querer paz, e guerra,
não aceitar mudanças, e viver mudando,
ser uma rosa, linda e perfumada, más repleta de espinhos,
não é anjo, e muito menos o diabo.
É só uma menina, uma moça, uma mulher,
ou melhor uma beata vedete.