27.1.15

Registros

Farejando os restos de versos.
Cuspindo na cara, no coro...
 
Olha no olho,
repara nos dentes.
 
Língua que te lambe,
registra o movimento,
o dialeto,
o diacrítico.


Ventania

Não te nego nada,
mas não tenho costumes,
não faço promessas.
 
Nasci no tempo das flores,
na agonia das ostras,
num dia minguado.
 
Tenho por ti
todos sentimentos sem nome.
Todos os sonhos jogados.
 
Velhos fatos,
trovas cotidianas,
cantigas que te cantam...
 
Dê-me o teu ouvido
quero sussurrar a prosa do vento,
o delírio dos dias,
o silêncio do beijo.