Hora de dormir,
amanhã rola, sempre.
Hora de sonhar,
flores nas fronhas,
brancos lençóis,
adocicados,
molhados.
Umidade e movimentos lentos,
o tato das coisas sob\sobre o lençol.
Num compasso delicado,
como quem dedilha um instrumento,
linhos enroscados,
lábios e mais lábios.
Todas as promessas renovadas,
a morte breve,
o cansaço dos sentidos.
Olhos virados,
reparando o espaço,
tempo curto
para quem por instantes
sente fome de vida.
O pulso,
de novo e outra vez,
o pulsar do desejo urgente...
então, o sono nos acalenta.
No emaranhado da ideia ativa, alivio.
Dedos chupados, sorriso mordido.
(Maria Lucia Jeunehomme Borges e Leticia Borges)