coisa pouca e rala,
um pretexto talvez,
mas a vontade é viva,
pulsante...
Um quase nada que se espalha:
racional que te queima em verso e trova.
Emocional que te cria num contra fluxo de musica e prosa.
Me viro no avesso, me perco.
É um rebuliço estomacal misturado com insaciedade.
Admiro meus contornos no espelho e logo penso:
Que diabos é esse sentimento,
que faz de mim um tormento?
Logo entro em desespero,
coloco mais uma dose de whisky.
Chego a conclusão que tudo que me cerca é barulhento.
Como cada fio do teu cabelo negro.
Que por descuido de teu ser,
se esparrama
e pelo frescor de minha visão um tanto míope,
muda o tom.
Um tanto mais, cinzas no chão...
A ideia corre e morre em teus braços,
teus lábios mornos,
tua pele,
teus pelos...
Idealizo a tua entrada na igreja.
Tanto de branco, quanto de roupas negras.
Enlouqueço por cada negar, por cada andar,
por cada olhar.
Olhar esse que desfaz o meu.
Que ofusca minha dignidade.
Faz de mim piedade.
A cada anoitecer.
(de: Bia Quadrelli e Leticia Borges)