28.9.14

Desanda...

Epicédios escritos numa pele fria. 
Ruas de pedra e pó.
Becos, bocas, guimbas.

Encontre-me no teu avesso de mundo. 
Retinas viradas para o teu profundo. 
Produtos.
Produtos...

Fumaça que te toca os dentes.
Língua que te lambe a nuca. 

Não morra.
Corra.
Esporra...

Jorrando para os confins 
de um deus que dorme. 

-Não pare por aí.
Continue, só não cante.

Sussurre o teu nome. 
Cordas de fumo.
Flores na carne. 

14.9.14

Brinquemos

Te atente para os sussurros das nuvens:
-Ouve?
São estalinhos leves para um acalanto.

Deixe-me provar do gosto de lágrima.
Sentir entre os alvéolos teu gosto de sal.
Água salobra, olhos castanhos...

Brinquemos com os ventos do sul.
Repare no movimento:
Roupas no varal, flores no chão. 

Cante estrelas sem brilho.
Faça uma epopeia de bicho.
Emaranhe-se no meu tear...






10.9.14

Setembro para os teus olhos

Rodando com teu nome,
Mente fraca que atordoa.
Quero-te talvez por amor.
Caprichos internos.

Cegueira de velha.
Desejo de meus restos.
Flores.
Quenturas...

Chá de amendoim.
Pele morena que me aquece.
Boca doce que te devora.