13.10.14

Santificada

Hora de dormir, 
amanhã rola, sempre.
Hora de sonhar, 
flores nas fronhas, 
brancos lençóis, 
adocicados, 
molhados.

Umidade e movimentos lentos, 
o tato das coisas sob\sobre o lençol.
Num compasso delicado, 
como quem dedilha um instrumento, 
linhos enroscados, 
lábios e mais lábios.

Todas as promessas renovadas, 
a morte breve, 
o cansaço dos sentidos.
Olhos virados, 
reparando o espaço, 
tempo curto
para quem por instantes 
sente fome de vida.

O pulso, 
de novo e outra vez, 
o pulsar do desejo urgente... 
então, o sono nos acalenta.
No emaranhado da ideia ativa, alivio. 
Dedos chupados, sorriso mordido.


(Maria Lucia Jeunehomme Borges e Leticia Borges)

1.10.14

Flutua

Para cima de teu corpo:
-Acalma-te benzinho.

A língua que percorre mundos 
de teu atual ser.

Aquiete:

-Sinta em teus ouvidos 
a doçura do silêncio.

Frescura do desuso...