22.4.14

Ode em suspiro

Acontece que os teus olhos 
dos meus já abusaram.
Entenda que tua não sou.

Sou dos ventos que uivam entre as brechas da janela.
Do verso doce que escorre no canto da boca. 
Da ideia rara, que se cala para não se limitar. 

Não me venhas com tua figurativa retórica.
Nem com o teu amar trancado.
Muito menos com teu querer frouxo e idoso.

Preciso de contos bobos.
Pensamentos inúteis para o mundo.
Conversas sem voz, somente olhos.

Tu, não pode com a delicadeza.
Encara o mundo com olhar bovino.
E se perde em papiros, para mostrar a tal idade.

Não me apresente ao belo. 
Quero o ridículo que me faça sorrir.
Não tolo me atice o choro.

Beije-me com os teus lábios em cacos.
Sugue tudo que é teu. 
Leve aquela que um dia fui eu.

A ideia não para.
A prosa não para.
A poeta: 

Só para 
para o suspiro
descontínuo...

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