16.1.14

Arrelia



Palavra leitosa
escorre no canto raso 
da boca de quem labuta por beijo.

Estradeiro de passo miúdo.
Sem idioma ou dialeto.

Alvéolo de mel de oropa.
Peneirado de carcará.
Seriema no pé da serra, 
atontando de tanto gritar.

Não é só mais um filho de Maria.
Pai sem nada na mão;
deu asa, veneno e esporão.

Pra come o mundo
e seus criadô
com  mandi e beiju.

Depois do segundo canto;

Banhar o coro gasto com água salobra.
Abarcar a morena tinhosa.
Debulhar as cordas de aço...

Galopar num dorso cru.
Alumiar os olhos com fogo de vida.
Tampar os poros,
com um sopro de morte.

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