16.9.12

O conto que virou prosa

Não sei de onde vim.
Não sei para onde vou.
Sei que por agora,
aqui estou.
E é isso que importa.
Vou viver minha vida,
Antes que a morte 
bata a minha porta.
Estou só.
Só a rememorar.
Lembro-me de tudo.
Bom, ruim.
Alegre e triste.
Tudo em minha mente passa.
O que ficou foi o moço louro 
do sorriso farto.
Arrepios, vergonha, suor, desejo,
malícia e um pouco de medo.
Tudo isso guardado em segredo.
Segredo que se libertou
e me libertou.
De tanta liberdade,
acabei voando.
Mas voei em direção oposta.
Hoje só o que me resta é rememorar.
Pois pássaro muda de ninho
a cada estação.
E borboleta um dia sai do casulo.
Talvez para mostrar sua beleza.
Beleza de um único dia.
Minguada e bela.
Feito nossa breve história.
História que de tão pequena,
 virou conto. 
Um conto que de tão miúdo 
se acabou em prosa.

(LETICIA BORGES e ARIANA CASTRO)


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