26.9.12

Trapos de lembranças

Calço meu velho par de botas.
Cai bem com meu sobre-tudo surrado.
Saio pelo sereno de uma quase manhã.
Meus lábios roxos e trêmulos.
Minhas mãos se escondem,
em meus bolsos furados.
Caminho pisando em possas.
Possas que me ensopam.
Possas que me enfraquecem.
Me vejo em trapos.
Um triste trapo de boas lembranças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário